domingo, 16 de maio de 2010

Um pouco de jornalismo

Los cínicos no sirven para este oficio, de Ryszard Kapuściński

Há muito tempo, no Jornalismo, ouço falar sobre esse jornalista. Primeiramente, nas longínquas aulas de Técnica de Reportagem, Entrevista e Pesquisa (vulgo Redação I), ministradas pelo grande Mauro Silveira, ainda na primeira fase. Depois, na quarta fase, voltei a ouvir falar sobre com Ricardo Barreto, em Edição.

Kapuściński é historiador por formação, e nasceu em uma cidade que hoje pertence à Bielorrússia, mas que era polonesa ainda no ano de 1932. Morreu faz pouco, em 2007, em Varsóvia. Correspondente internacional desde o início da carreira, escreveu Ébano, O imperador, O império, A guerra do futebol e Xá dos Xás.

Li recentemente Viagens com Heródoto, no qual mesclava suas experiências iniciais como correspondente à história das nações contada pelo filósofo grego. Muito interessante o livro, e se adequou perfeitamente a minha primeira viagem aqui na Europa. Agora, li essa curta coletânea de entrevistas e palestras dele, dadas ainda nos anos 90. A seguir, alguns trechos, traduzidos livremente por mim.

"Esta é uma profissão muito exigente. Todas o são, mas a nossa de maneira particular. O motivo é que convivemos com ela 24 horas por dia. Não podemos fechar o escritório às quatro da tarde e nos ocuparmos com outras atividades. Este é um trabalho que ocupa toda a nossa vida, não há outro modo de fazê-lo. Ou, ao menos, de fazê-lo de um modo perfeito."

"Tem profissões para as quais, normalmente, se vai à universidade, se obtém o diploma e aí se acaba o estudo. Durante o resto da vida se deve, simplesmente, administrar o que aprendeu. No jornalismo, em vez disso, a atualização e o estudo constantes são a conditio sine qua non. Nosso trabalho consiste em investigar e descrever o mundo contemporâneo, que está em mudança contínua, profunda, dinâmica e revolucionária. Dia após dia temos que estar ciente de tudo isso e em condições de prever o futuro. Por isso é necessário estudar e aprender constantemente."

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Procurando na internet sobre Kapuściński, descobri uma biografia escrita por seu amigo Artur Domoslawski, Kapuściński Non Fiction.

Segundo esse livro, muitas das lendas por detrás do historiador/jornalista/escritor são ficcionadas ou manipuladas. Sua amizade com Che Guevara nunca existiu. O personagem principal de Ébano, o líder africano Patrice Lumumba, já havia sido assassinado quando o polaco pisou em terras africanas pela primeira vez. Com isso, fica a dúvida se lemos grandes reportagens ou livros ficcionais. Como o que move o mundo é a tentativa de solucionar todas as dúvidas, decifremo-las.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Servicios Telemáticos

!Hola, chicos!

Depois de dois dias estudando español para a prova final de amanhã, resolvi vir contar como foi a disciplina de Servicios Telemáticos. Ela veio, ficou e já foi embora. E, caso me perguntem como era, não saberei defini-la.

O professor, Xavier Alcalá, é um bom velhinho. Já no primeiro dia falou castelhano, latim, português e francês, além de dar as aulas em galego. Foi o primeiro, até agora, que fez isso. Mesmo estando na Galícia, as aulas são dadas sempre em castelhano. Mas, como ele sabia que estávamos em 3 brasileiros, sempre ficava na dúvida se falava só galego ou também em português. É muito semelhante!

Teoricamente, teríamos 8 dias de aula, das 16 às 20 horas. O cara já faltou na primeira semana, o que dá 2 dias (1ª e 2ª aulas). Na semana seguinte, fomos na segunda () e quarta-feira (). Tivemos que faltar na terça () para poder fazer umas gravações para outro trabalho. O bom velhinho, então, nos deu a matéria que havíamos perdido. Simpático, não? E, na sexta-feira (), como eu teria aula de espanhol, faltei. Então, fui ainda na segunda-feira () e na terça (8ª e última aula). E, como havia uma mulher que surgiu do nada, ele fez uma grande revisão de tudo. Coitados dos alunos que foram a todas as aulas. Viram o material 3 vezes! Eu mal aguentei uma!

A quantidade de alunos também é um ponto que conta muito. Estávamos em 3 brasileiros, outros 3 chicos e uma garota, que, nas aulas em que fui, não a vi. Isso sem falar na mulher que apareceu na última aula. E esse número sempre variava. Nessas horas tenho muita dó do professor. Mesmo não gostando da aula dele, evitava de faltar. O bom velhinho era um poço de conhecimento!

Agora, em questão de matéria, não sei bem explicar. Era algo muito técnico, sobre internet, redes e troca de informações. Para mim, uma disciplina para Sistemas de Informação, ou qualquer outro curso que envolva tecnologia ou internet. Como eu nunca tive muito interesse em Jornalismo & Internet, era uma tortura ir a essa disciplina. Agora, esperar a prova, certo?

E, para finalizar, um conceito muito propício que ele nos ensinou: "O Jornalismo é um oceano de conhecimento, mas com 1 centímetro de profundidade."

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Fim de semana no Porto



!Hola, chicos!

Faz um tempinho que não escrevo aqui, então resolvi colocar primeiro os fatos mais importantes. Leia-se: VIAGEM!

A ideia de ir pro Porto (Portugal) surgiu quando o Fabrício, gaúcho de Sentinela do Sul, me convidou, há muito tempo, para ir ao Mundial de Motocross, que seria próximo ao Porto. Como não sou de recusar companhia aos amigos, encarei a ideia.

Partimos sábado pela manhã, de autocarro. Encontramos outro cara da turma que havia perdido o ônibus do dia anterior por 3 minutos. Sim. Meros 3 minutos! Quando querem, eles conseguem ser precisos. O condutor não estava com bom humor, sendo nítido assim que entramos no veículo. Até aí, tudo bem. Quem nunca acordou de mau humor? Mas o fato era que ele era escroto mesmo. Em Vigo, numa parada de 5 minutinhos pro banheiro, um casal (creio eu de alemães ou algo assim) se atrasou. Ok. Eles estavam errados. O que que o motorista fez? Partiu! É! Deixou o casal lá. E, até onde sei, tudo que era deles ficou no bagageiro. Isso sem falar que o próximo veículo era no dia seguinte, na mesma hora. Não tenho palavras para descrever a minha reação e a atitude do queridão.

Chegando na cidade portuguesa, chuva para nos recepcionar. A ideia original era ficarmos em um albergue, mas ele era muito longe do centro e da estação de trem, onde deveríamos estar cedo no dia seguinte. Fomos então em caminho ao centro, para ver se encontrávamos algum lugar. Depois de pedir ajuda nas Informações, chegamos a um hotel. Último andar, como era de se esperar de pessoas com classe, certo? E mais barato que o albergue.

Depois de nos alojarmos e de muitos telefonemas e desencontros, finalmente encontrei a Mari, da minha turma do Jornalismo. Esse encontro não foi por acaso, como aconteceu outras duas vezes em Madrid. Passeamos, então, pela cidade. Com momentos de chuva e de trégua, conseguimos ir a muitos lugares. E, no final, ainda degustamos a famosa francesinha. É um sanduíche feito de pão de forma, com muito queijo, hamburguer, batata frita e ovo, e com um molho muito picante. Delicioso. E, segundo nossa guia, foi inventando por um chef rancoroso diante dos comentários dos colegas franceses. Por isso que o prato é tão gorduroso, em oposição às minúsculas e chiques iguarias da terra da Torre Eiffel.

De noite fomos à Queima das Fitas, uma festa que dura a semana toda e que se consiste em um lugar com show, tanto nacional ou internacional, e com várias barracas de cursos universitários, que vendem desde comida até caipirinhas, além de brinquedos de parques de diversões. No sábado era uma versão portuguesa do Roupa Nova. Sim, triste, eu sei. E descobri que teve até Marcelo D2. Lá, conheci o João, que faz publicidade na USP, e a Laura, madrileña. Os dois na mesma turma da Mari. Ainda íamos encontrar a Ceci, minha caloura que cursou algum tempo a UFSC e que pediu transferência para a Universidade do Porto. Mas como seu namorado estava doente, não foram enfrentar a chuvinha constante. Devo confessar que matei uma puta saudade de Campo Grande. Shows assim são "comuns" na cidade, umas duas ou três vezes ao ano, mas bem nesse estilo, com muita gente, barracas e brinquedos. E como eu sinto falta disso! Floripa é uma cidade de freiras.

No domingo de manhã partimos, eu e Fabrício, para Agueda, cidade onde seria o GP. Dois comboios e lá chegamos. Até surgiu a ideia de que a humanidade havia acabado enquanto viajávamos, mas, pelos senhores no bar próximo à estação, vimos que não.
Rolou uma caminhada pela cidade, não para conhecê-la, mas sim para achar um táxi que nos levasse à corrida. Por sorte, não choveu esse dia, o que nos permitiu apreciar a corrida. Fui na parceiragem, mas acabei curtindo o evento. E ainda rolaram várias fotos legais. Isso é muito bom!

Voltamos pro Porto, e passeamos mais um tanto. Rolaram muitas conversas e trocas de impressões, sobre a vida, cidades onde estudamos, onde crescemos, futuro e passado. Depois ainda encontramos a Mari e o João, para uma refeição noturna e uma última e boa conversa. No fim da noite, mais precisamente 00.30, pegamos o autocarro para La Coruña. Não preciso dizer que cheguei morto às 6 horas, e que depois só fui levantar da cama às 12.00.

Enfim, a viagem foi bem legal. Mesmo com chuva e pouco tempo, conseguimos conhecer um bom pedaço da cidade. Nossa guia nos contou muitos detalhes, como o fato da J.K. Rowling ter vivido no Porto enquanto escrevia os primeiros livros do Harry Potter. Então tem muitos lugares que inspiraram cenários dos livros, assim como o traje que os bruxos usavam. Era muito comum ver jovens, pelas ruas, vestindo capas. Lá, visitamos o Palácio da Bolsa, onde até hoje acontecem reuniões importantes. E a guia ainda explicava tudo em espanhol e francês.

Curti também porque passei um tempo com uma pessoa querida e que já fazia falta na UFSC. Senti muito por não ter conversado com outra pessoa, que mesmo tento pouco contato enquanto estudamos juntos, sei que é boa gente e que tem as mesmas dúvidas que eu e muitos outros temos ou tivemos em terras estrangeiras. Eu ainda sei que vou voltar, em pouco tempo. Ela, ainda tem alguns anos pela frente. Logo, suas dúvidas são maiores. Mas as dúvidas nos fazem mudar. Vou terminar meu texto com uma frase incrivelmente boa, da Mari (não me processe!).

"Tenho mais medo de não mudar do que da própria mudança."

domingo, 2 de maio de 2010

Semaninha tranquila em casa

!Hola, chicos!

Essa semana foi tranquila. Sem muitos problemas. Cheguei no sábado de noite e, desde então, tenho ficado bom tempo em casa. A disciplina de Postprodución de Audio e Video teria terminado, teoricamente, na terça, com um prova. Isso me fez estudar muito no domingo, lendo a apostila que o professor passou. Só depois fui descobrir que o exame tinha sido adiado para essa terça. Ok. Quem sou eu pra reclamar?

Teoricamente, também, era pra eu ter aula de Servizos Telemáticos. Não me perguntem do que se trata, pois não tenho a mínima ideia. Já na quarta, quando seria a primeira aula, o professor não foi. Na sexta, quando seria a segunda, eu não pude ir porque tinha aula de espanhol para estrangeiros no mesmo horário. Optei, então, pelo espanhol, que me permite ter apenas duas faltas. A vida é feita de opções, certo?

Essa semana fiquei muito puto com os italianos. É que nós começamos a jogar bola, faz duas semanas, às quintas-feiras. Eu e o carioca marcamos a primeira semana, e foram 11. Pra segunda, que eu não pude ir (estava no Marrocos), foram 12. Portanto, já era "tradição" o futebol da quinta, certo? Parece que eles não entenderam muito bem. Fomos os 3 brasileiros, e nada de ninguém aparecer. Isso sem falar que o italiano que disse que ia reservar a quadra não o fez. Depois não sabem porque não gostam de italiano por aí.

No mais, a semana foi tranquilaça. Comecei a correr, já achando que estou no verão brasileiro, sem camisa, só faltando a mulherada bonita e de biquíni. Doce ilusão. Além disso, películas e uma ou outra saída estratégica com o pessoal. Só pra fazer a social.

É isso aí pessoal!