terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Férias?

As tão sonhadas férias... Depois de quatro longos e cansativos meses de aula, trabalho, festas e sexo casual, chega o período mais desejado dos últimos tempos. É tempo de arrumar a bagunça, ou pelo menos escondê-la em algum canto, colocar algumas roupas na mala e partir para a comidinha da mamãe.

Aos infelizes que são de outros estados, resta uma longa viagem. Como normalmente não compraram com antecedência a passagem de avião, tão acessível nos últimos tempos, apelam para o meio de transporte mais desnecessário de todos: o ônibus.

Às vezes a criatura tem que enfrentar mais de 15 horas dentro de uma prisão sobre rodas. O sujeito fica à mercê de um motorista lazarento, que só para em lugares premeditados, prontos para roubar seu dinheiro em troca de alimentos de três dias atrás.

Outra questão pertinente ao viajante é a dúvida que sempre surge quando está perto de adentrar no ônibus: quem será a pessoa ao lado? Será aquela gorda espaçosa? Um ser que ronca alto durante a noite? Talvez uma mãe com seu filho de colo, que pode chorar a qualquer momento? Se o destino permitir, a poltrona estará vaga por todo o trajeto, permitindo diferentes e incômodas posições tântricas que objetivam algumas horas de “descanso”.

Depois de enfrentar todo o trajeto de retorno ao lar, resta concentrar-se nas férias. Ver os amigos, colocar a conversa em dia, descobrir quem está transando com quem, visitar todos os parentes com sua genitora, até aquele tio-avô velho e caquético.

Falando em mãe, nada melhor do que acordar e ter ainda o café-da-manhã sobre a mesa, o almoço sempre quentinho e farto, um jantar diferente a cada dia, louça para lavar seguida de pedidos carinhosos de mãe, inquéritos sobre a vida acadêmica, profissional e, principalmente, sexual, saber se está se prevenindo, e coisas assim.

Depois dos primeiros 10 lindos e gostosos dias, descobre-se que não se tem mais nada pra fazer. Já visitou todos os amigos, já foi em todas as baladas, já leu (caso leia) todos os livros possíveis. Agora, a rotina consiste em acordar para o almoço, tirar uma soneca depois, passar a tarde em frente à TV ou ao computador, ir com os amigos aos mesmos bares do dia anterior e dormir altas horas da madrugada.

Com um mês de férias, a vontade incontrolável de fazer algo fora da rotina. Caminhar de um lado a outro da casa, ir da TV ao computador, de lá para a cozinha, assaltar a geladeira, depois rumar ao quarto para mais uma soneca, e assim vai.

O calendário se torna o melhor amigo. Todos os dias o universitário está ali, arrancando a folhinha, com o sorriso aumentando assim que os dias caem. Então, ele chega: o dia de retorno às aulas! E, quando se vê, já está almejando as tão sonhadas férias.

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