terça-feira, 6 de abril de 2010

Madri, Paris, Clermont-Ferrand e Porto - tudo em 8 dias

Já faz algum tempo que tudo aconteceu, então tentarei ser o mais real possível.

Epílogo

Sábado. Véspera de viagem. Arrumo a mala. Penso que está frio em Madri ou em Paris. Coloco uma camisa de flanela na mala, além dos dois casacos com os quais viajarei. Coloco uma calça a mais. Uma bermuda também. Camisetas, cuecas, meias.

Descubro, ao sair de noite, que no dia seguinte começa o horário de verão. Muita sorte descobrir isso. Assim, não perderei o horário. Isso significa que, a partir de agora, são 5 horas de diferença em relação a Floripa e 6 para Campo Grande.

Domingo, 28 de março de 2010

Acordo cedo. Me visto e arrumo as últimas coisas. Coloco a roupa de cama pra lavar. Como pão com queijo e vou pro ponto de ônibus. Descobri que havia um ônibus que vai daqui de La Coruña até o aeroporto de Santiago de Compostella, de onde saem os aviões low coast da Ryanair. Já tinha combinado me encontrar com a Agnieska, uma polaca da minha sala, que estava indo pra Madri.

Chegando no aeroporto, começo a me preocupar com minha mala. Estava deveras grande. Pra quem conhece, é o meu mochilão. Como a passagem era barata, só podia viajar com uma "mala de mão", que deve se adequar a algumas medidas. Se não, faça isso! Em outras palavras, jogue algo fora. Nessa tensão, "perco" minha espuma de barbear, que estava fora da regulamentação. Tudo bem. Não queria fazer a barba mesmo! Para minha sorte, a mochila passou! Agora, só faltavam dois outros aeroportos durante a semana. Com a minha amiga, descubro que os melhores lugares pra se viajar nesse tipo de avião é na saída de emergência. É mais espaçoso. O único porém é falar inglês. Ok, man!

Como era de se esperar, eu fui sem lugar confirmado. Tinha anotado 4 albergues. Um deles ia ter lugar. No primeiro que fui, achei. Beleza! Deixei minhas coisas lá e parti pra rua. Domingo de sol, tinha que tirar muitas fotos. No mapa que havia pego no aeroporto, parti pra esquerda. Plaza Mayor, Plaza de Oriente, Palacio Real, Jardines de Sabatini. Muitas fotos! Voltei pro albergue e fui dormir. Andei deveras naquele dia.

Segunda-feira, 29 de março de 2010

Acordei cedo e fui pro lado direito do mapa. O dia estava feio, mas tudo bem, né? Banco de España, Plaza de La Cibeles, Palacio de Comunicaciones, Biblioteca Nacional, Jardines del Descubrimiento, Puerta de Alcalá, Museo del Prado, Parque del Buen Retiro, Jardín Botánico.

Depois dessa caminhada matinal, já havia "matado" Madri. O grande centro da cidade, com todas as edificações antigas, tinha sido visto em uma tarde e uma manhã. Voltei então pro albergue, pra descansar. Estou eu sentado, no pátio do lugar, quando vejo um rosto conhecido passar. Gabi Bazzo, do jornalismo UFSC, estava ali, na minha frente. Descubro que ela está fazendo intercâmbio em Sevilla, e foi passar a semana ali. Por essas e outras que eu digo que o mundo é pequeno pra caramba! Conversamos um monte e partimos ao passeio. Ela estava com uma amiga de apartamento, a Marianne, de Campina Grande/Recife. Fui para os mesmo lugares que tinha ido pela manhã, mas sem problemas. Rostos amigos valem a pena. De noite, mais conversa.

Terça-feira, 30 de março de 2010

Seguindo os conselhos das meninas, fui ao Centro de Arte Reina Sofía. Bem famoso o dito cujo. Chegando lá, dou com a cara na porta. O "Dia Mundial para Fechamento de Museus" é na segunda-feira, mas esse é diferente. Anarquista. Bem na terça ele fecha. Ok! Fui ao Prado. Não perdi nada. Muitas obras religiosas. Arte, né?

Vou muito cedo pro aeroporto. Não quero me dar ao luxo de perder um avião. Perdi um ônibus esses tempos em Campo Grande. Repetir a dose na Europa é feio demais!

Chego no fim da tarde no Aeroporto de Beauvais. Tenho que pegar um ônibus até Paris. Dá-lhe 1 hora e meia e 14 euros. Ainda bem que tinha essa quantia no bolso. Mas por pouco, hein. Chego de noite na cidade. Vou direto pro albergue. Lugar legal. Mas o recepcionista era bem babaca. Nada fora do padrão francês.

Quarta-feira, 31 de março de 2010

Saio logo cedo. Sigo andando pela cidade. Tempo feio. Église de la Madeleine, Obélisque, Grand et Petit Palais, Avenue Champs-Élysées, Arc de Triomphe e a tão querida Tour Eiffel. O problema é que quanto estou lá começa a chover e ventar muito. Obviamente, volto pro albergue.

Quinta-feira, 1 de abril de 2010

Saio cedo com a mochila. Tinha acabado minha estadia no albergue. Então, vou direto à Torre Eiffel. Aproveitei que fazia sol e fui lá, ver se conseguia subir. No caminho, encontrei duas baianas, e ainda tirei uma foto pra elas. Como o dia estava bonito, tinha muito turista lá. Fiquei mais de duas horas na fila. Pois é. Não é só chegar e pronto. Tem um exército de turistas, imigrantes vendendo 3 lembrancinhas por 1 euro (chegando a 6, caso você pechinche), imigrantes pedindo dinheiro e soldados fardados, fazendo ronda pelo local. Depois de ir até lá em cima, passar frio e lembrar sempre de como não gosto de altura, fui sentar no gramado na base da Torre.

Parti então para a Gare de Lyon, pra ver se achava lugar pra ficar. Depois de procurar em alguns hotéis, fiquei no mais barato. E isso não significa que era barato, ok? Deixei a mochila e fui passear. Hôtel de Ville, Seine, Musée du Louvre, Jardin des Tuileries.



Sexta-feira, 02 de abril de 2010

Logo cedo fui pegar o trem pra Clermont-Ferrand, interior da França. Lá estão o Maioral (ex-jornalismo UFSC) e sua namorada, Sara. Depois de 3 horas de viagem, cheguei nessa pequena, charmosa e cara cidade. As duas pizzas e os 4 refri eram baratos (13 euros), mas todo o resto, não! Me levaram pra ver a Catedral Notre-Dame-de-Prospérité. Estilo gótico, creio eu. Grande e escura. Legal. Durante a tarde, tour pelo local. De noite, jantar com o pessoal do curso deles. Tinha até carioca que mora em Portugal e alemão com nome brasileiro (Pedro dos Santos).

Sábado, 03 de abril de 2010

Fomos, pela manhã, a um parque meio retirado da cidade. Debaixo de chuva. Nada fora do comum, na Europa. Ô terrinha que chove. Estilo Floripa. De tarde, mais passeio. A cidade tem muitos sebos, se for ver que tem em torno de 140 mil pessoas. A faculdade deles é similar à ESAG (Escola Superior de Administração e Gerência), da UDESC. Aulas em inglês e tudo! Pela noite, trem pra Paris.

Domingo, 04 de abril de 2010

Saí cedo pra ver a Cadetral de Notre Dame e ir ao Louvre. Primeiro domingo do mês é de graça. E olha que, chegando antes da 8 da manhã estava entre os 40 e os 50 da fila. Eita turistada que acorda cedo! Realmente, é grande o museu. Vale a pena! Mas estejam descansados quando forem lá. Estava cansado e de mau humor. E com os pés doendo. Saí dali direto pro hotel, dar aquela descansada.

Quando acordei, fui conferir a Basílica de Sacré Coeur e o Montmartre, área histórica, com muitos cafés e crêpes. Recomendo ir lá e comer a iguaria francesa. De nutella, então, é show de bola!

Segunda-feira, 05 de abril de 2010

Acordei cedo pra poder pegar metrô e o ônibus pro aeroporto. Tipo 5 da manhã. Na real, enrolei até às 6:30, mas acordei cedo da mesma forma. Não duvidem que dormi no ônibus e, depois, no avião.

Cheguei ao Porto, Portugal, e fui direto pro centro. Precisava descobrir onde ficava a rodoviária. Além disso, queria ver a Mari Dutra (minha turma do Jornalismo UFSC). Mas, para a minha sorte ou meu azar, assim que descubro onde devo pegar o ônibus, descubro também que ele sairia em 20 minutos, sendo o próximo só no dia seguinte. Como não queria perder aula, fui nesse mesmo. Almoço rápido e ligeiro. Depois, 5 horas de estrada. Pelo menos terminei a leitura de "Viajes con Heródoto", do Kapuscinski. Muito bom o livro! E, assim que chego na rodoviária de La Coruña, descubro que uma das brasileiras que estudam aqui estava no mesmo ônibus. Ô mundinho pequeno!

Prólogo

Analisando tudo friamente, curti a viagem. Madri, consegue-se "matar" em 2 dias, caso queira só ver prédios históricos, e 3 se quiser ir aos museus. Paris, pra mim, não é tudo aquilo que dizem. Não sei se é porque estava frio e chovendo, ou se porque eu estava sozinho, sem ninguém pra compartilhar as emoções e aventuras. Clermont-Ferrand valeu por ver rostos amigos em uma semana solitária. Porto, não conto.

A viagem foi uma boa forma de saber se aguento o mochilão das férias. Foi cansativo e solitário. E seguirá sendo assim todas as minhas viagens. Senti muita falta de amigos e familiares. Não tinha mp3 ou algo do gênero, pra me fazer divagar por músicas. De agora em diante, me organizarei mais, pra não passar pelos problemas com acomodação, como passei. E espero contar com mais sorte, que sempre me acompanha, e encontrar mais rostos amigos. E não se preocupem. Tenho muitas coisas no Brasil pra sumir no mundo, sem dar notícias pra ninguém, mesmo sendo tão fácil cair na estrada.

Espero que tenham lido até aqui, e que tenham entendido um pouco das minhas alucinadas ideias.

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